Quase ninguém fala do arquétipo da Senhora Morte, mas é um capítulo importantíssimo na nossa jornada. Olhar para ela, enquanto nós ainda estamos aqui, cheios de vida!!
O plano da Terra, não é eterno, mas o Espírito, sim? então, poderíamos pensar em nosso destino depois daqui??
Uma pessoa que tem muitos apegos às coisas materiais - à carros, casas, dinheiro, posição social, - quando a pessoa morre, ela fica presa nessas memórias e não consegue libertar o espírito. Não consegue ter paz.
A morte não é o fim. É apenas uma transição de estado de consciência.
O espírito humano, após deixar o corpo físico, continua carregando consigo tudo aquilo que foi cultivado durante a vida: suas memórias, emoções, apegos, virtudes, traumas e aprendizados. Nada se perde ? tudo é registrado no campo da alma.
O que determina o destino da alma após a morte é a vibração resultante da sua jornada. Cada escolha, pensamento, emoção ou atitude deixa um rastro energético que molda sua frequência. Quanto mais desequilíbrio emocional, sombras não integradas e apegos materiais, mais densas serão as dimensões às quais a alma será atraída. Da mesma forma, quanto mais consciência, amor, serviço e desapego forem desenvolvidos, mais sutis e elevadas serão as dimensões que essa alma alcançará, após sua passagem para outro plano.
As Dez Dimensões Dármicas, explicadas pela tradição budista, ilustram esses diferentes estados pós-morte:
1. Inferno / Sofrimento extremo:
Os seres dessa dimensão se auto-castigam, ficam presos numa redoma de auto-punição e escuridão. É um estado obscuro e tormentoso da mente humana. Passam muitas existências nesse estado, quase uma eternidade. Mas, se há arrependimento e o coração muda, esse estado pode desaparecer como uma borbulha de sabão. As causas que levam os seres a chegar a este estado são: por matar, roubar, luxúria, cobiça, rancor, ignorância, palavras que ferem, língua ferina, falsas palavras ou por bajular.
Como sair deste estado: arrependimento, recuperar a autoestima, reflexão sobre a essência que nos dá a vida.
2. Dimensão de espíritos famintos
É um estado em que estão aqueles espíritos que em vida forma muito ambiciosos, avarentos ao extremo, não compartilhavam seu amor, estafavam, prejudicavam a outros, não brindando sequer um sorriso.
Como sair deste estado: aprender a ampliar o coração, fazer doação, compartilhar, agradecer.
3. Dimensão de Animais
É um estado em que estão aqueles espíritos por ignorância. Não querem ver mais além; pensam que a verdade não lhe servirá. Um animal não pode estar quieto por muito tempo com uma pessoa, se sente incômodo e sempre está buscando ambientes selvagens, se sujar de terra. Vive de forma instintiva e não raciocina, não reflexiona...
Como sair deste estado: abrir mente e coração para conhecer e estudar os ensinamentos que os podem libertar.
4. Asuras
Espíritos inimigos dos deuses, demônios. Traz muito ódio no coração. Provocam brigas em todo ambiente onde andam, são inimigos da paz. Até fazem o bem, Formam e guiam pequenos ou grandes grupos espirituais, mas no seu interior buscam fama e se sentem superiores aos demais, eram praticantes também, mas com intenção errada, com muita inveja das coisas dos outros.
Há que tomar muito cuidado para não seguir esses falsos líderes, formadores de seitas obscuras. Como sair deste estado: estar disposta a fazer o bem a todos os seres;
Arrepender-se, estudar e cultivar os ensinamentos sagrados e guiar a outros.
5. Humanos
O mundo humano é um estado que mistura felicidade e sofrimento.
É um estado de instabilidade onde convivem seres nos mais diversos estágios de desenvolvimento espiritual: desde a barbárie até virtuosos. É o melhor lugar para a prática espiritual, já que os Budas e os Homens Santos já fizeram a mesma trajetória, já foram humanos.
6. Devas
São os semideuses, seres espirituais que não chegaram ao Plano Absoluto desfrutam desse estado por S00 anos. A partir daí começa a decadência que o ser sente pela sua mudança de odor corporal, antes etéreo, puro; e pode voltar à reencarnar.
Nível Sagrado
7. Araht
Espíritos que praticam as 4 nobres verdades e são capazes de transformar suas sementes daninhas. São seres elevados mas individualistas, se apartam da sociedade. E não compartilham sua prática.
8. Psifo
São parecidos aos Araht. Praticam com os 12 eslavões da causa e efeito. Trabalham para esquivar-se de seu destino e buscam retirar-se do convívio social e não relacionar-se com ninguém mas são muito elevados internamente.
9. Bodisatva
Espíritos de grande coração de compaixão. Buscam iluminar seu coração com os ensinamentos de algum Buda ou Santo. Tem como intenção despertar e salvar todos os seres. Praticam com os seis paramitas:
- generosidade (renunciar a si mesmo),
- moralidade,
- tolerância,
- diligência (esforço),
- concentração (contemplação) e
- sabedoria (discernimento).
10. Buda /Homens Santos
Buda é um homem santo perfeito. É plenamente iluminado. Um Buda está o nível superior a um Bodisatva por ter despertar e realização plenos e perfeitos. Pensa sempre em salvar todos os seres.
Um Buda é amor e sabedoria total; ensina o caminho correto, não discrimina.
A vida física é uma oportunidade única de preparar a alma para os mundos invisíveis. Aquilo que você não resolveu aqui, vai junto com você: os traumas negados, os medos ocultos, as atitudes destrutivas ou benevolentes... tudo isso forma sua bagagem vibracional.
Ao morrer, o corpo pode até cessar, mas a consciência continua ativa. Por isso, viver com consciência é essencial ? para se libertar dos condicionamentos, transmutar a sombra, e ascender em paz. Preparar-se para a morte é viver bem, em harmonia com a alma, com amor e retidão.
Conclusão
Devemos evitar continuar reencarnando nas seis vias de reencamação e lutar contra corrente para entrar no nível pelo menos de bodisatva. Para tanto, é necessário manifestar e manter sempre o coração e intenção misericordiosos, já que o mundo é criado a partir do nosso coração. Ser o dono de si, é ser dono do próprio coração, obter auto-disciplina e auto controle é o cultivo mais elevado de um ser, também é uma prática nobre de um homem santo.
O coração desperto gera a força, com tal força conseguiremos ser tudo que pretendemos ser. Portanto, não devemos nos subestimar da nossa potencialidade, mas sim devemos desenvolver a nossa capacidade inata para que nos guie ser um homem nobre, homem virtuoso, por fim, um homem santo.
Olene Ferreira Vilela
Psicoterapeuta, Escritora Infanto-Juvenil,
Analista e Consultora de Padrões Formadores da Personalidade Humana
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